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  • Foto do escritorClaudia Ruzicki

Os Contatos com o Além, de Marcello Bacci e Luciano Capitani


Sei que o dr. Carlo M. Trajna, da Itália, se referiu, no nono Con­gresso Nacional da A.I.S.P., realizado de 25 a 27 de outubro de 1985, em Arezzo, entre outros assuntos, ao fato de que o grupo de pesquisa­dores constituído por Marcello Bacci, Luciano Capitani e colaborado­res, estava experimentando, com grande sucesso, há mais de quinze anos, no seu “laboratório psicofônico” em Grosseto. Portanto, a ativi­dade experimental desse grupo data de, pelo menos, 1970, merecendo ser mencionada aqui em primeiro lugar.

Infelizmente, não tive a oportunidade de ver por mim mesma o andamento dessas pesquisas, mas conheci os senhores Bacci e Capitani durante o congresso realizado em Milão, de 7 a 8 de junho de 1986, onde assisti suas palestras e demonstrações com tradução simultânea. Foi um evento convincente.

O que apresento a seguir baseia-se em relatos publicados na im­prensa, nas palestras do dr. Carlo M. Trajna, no já mencionado Congresso de Milão, e ainda nas informações do prof. Ernst Senkowski, de Mainz, que participara pessoalmente de gravações em Grosseto e realizou várias traduções de publicações italianas para o alemão.

Marcello Bacci acrescentou, na versão italiana do livro de Konstantin Raudive, Sobrevivemos à morte?, um breve relato dos trabalhos ativos e bem-sucedidos do grupo de Grosseto, mas não houve muitas notícias sobre ele em alemão, nem antes nem nos anos posteriores. De acordo com uma informação do dr. Trajna, a razão disso é que Bacci, embora sempre estivesse disposto a colaborar e ajudar novatos e pes­soas em busca de consolo, era modesto demais para colocar sua pessoa e seus êxitos no centro das atenções.

Marcello Bacci, publicou, em 1985, um livro na Editora Mediterranée, com o tftulo II Mistero delle voci dall' aldilà [O Mistério das Vozes do Além]-, e o dr. Trajna publicou, na Editora Salani, de Florença, em 1980, um livro com o título Ignoto chinama uomo [O Desco­nhecido Chama o Homem]. Infelizmente, nenhum desses livros existe no idioma alemão.






A rigor, o grupo italiano de Marcello Bacci não faz parte dos “inventores” ou “descobridores”, pois seu trabalho não envolve aparelhos recém-desenvolvidos que poderiam ser considerados geradores de “vozes”, e sim aparelhos comuns, bem conhecidos. Mas os resulta­dos — e é isto o que conta — são semelhantes àqueles conseguidos com novas aparelhagens. Por isso, me parece justo falar mais sobre o grupo italiano.

Um relatório do dr. Trajna, traduzido pelo prof. Senkowski, diz literalmente o seguinte:


“. . .que as vozes de Grosseto provavelmente representam algo único. Os únicos resultados, comparáveis com os deste grupo, são aqueles alcançados pela Metascience Foundation nos Estados Unidos e os das atividades de Hans Otto Kõnig em Mõnchenglad-bach, Alemanha, com a diferença apenas de que, em Grosseto, não se trabalhava com o mesmo tipo de equipamentos.


Marcello Bacci trabalhou, como outros milhares de experimentadores, apenas com um aparelho de rádio em que, em geral, as vozes vêm diretamente do alto-falante, da mesma maneira como nos grupos de Hesperange (Luxemburgo) e de Darmstadt, dos quais falarei em ou­tros capítulos. Da mesma forma como nesses grupos, também em Grosseto as vozes surgem com tal volume que podem ser compreendidas por

qualquer pessoa.


Descrição do método de trabalho

O receptor é ligado por cabos à sua própria antena e à rede elétrica. A um metro de distância, há um receptor de controle, com antena independente e ligado à mesma rede elétrica. O receptor de controle reproduz as transmissões normais. Às vezes, o receptor das vozes paranormais não está ligado à antena, ou esta, no fim, entra em curto-circuito. Mesmo mexendo-se, durante a manifestação, no botão sintoni­zador, as vozes não somem. Isto significa que as ligações destinadas à recepção e determinação das ondas de rádio funcionam de modo anormal em função de uma situação anormal.

Pelo que se sabe, a única hipótese admissível na terminologia radiotécnica seria uma considerável ampliação da capacidade do condensador, que deslocaria a sintonização da faixa de ondas curtas para aquela de ondas longas, possivelmente na direção da faixa que transcende o ultra-som ou além dos limites da audibilidade (gama de freqüências). Neste caso, até uma virada completa do botão sintoniza­dor teria, como conseqüência, apenas uma insignificante alteração da capacidade, conservando-a sempre na faixa acústica. Mas, o que pro­voca esse aumento da capacidade? A única hipótese aceitável é paranormal. Nesta conexão, vale observar que a manifestação das vozes melhora de qualidade quando Bacci toca o condensador com o dedo.

O que indicaria grande sensibilidade ou disposição mediúnica?

Quando examinamos as descrições dos recursos técnicos aplicados nessas pesquisas, que mal correspondem aos resultados obtidos, chegamos forçosamente à questão da mediunidade. Um dos convidados de Bacci relata que este, durante a gravação, cobriu o rosto com as mãos, o que não é uma prova conclusiva em favor da resposta afirmati­va, mas sem dúvida serve como indício. Sabemos que, especialmente as mãos humanas — e de maneira mais acentuada a ponta dos dedos — têm “campos de irradiação” que podem influenciar fenômenos, tal como acontece na cura pela imposição das mãos.


Resultados

A seguir, apenas alguns exemplos das inúmeras vozes recebidas pelo grupo de Marcello Bacci em Grosseto. As respostas às diversas perguntas, quem seriam os interlocutores do Além, foram (entre outras):


“Aqui estão todas as incorporações (encarnações?). "


“Muito intermitente o nosso plano.”


“Reunião é um grupo histórico passado."


Estas afirmações indicam claramente que se trata, nos parceiros do diálogo, de pessoas falecidas, que existem em planos diferentes, conforme os respectivos graus de espiritualidade ou de cultura.

Algumas gravações indicam que as pessoas que se comunicaram em Grosetto com maior freqüência provavelmente pertencem a um grupo científico.


"Quero aproveitar um truque científico conjunto - a espereança é científica - por meio da nossa maneira de perceber a realidade."


Em seguida vem:


"Este é um aproveitamento mágico; já completado com a idéia - este já é o produto - logo o caminho desenvolve-se a todo vapor.”


“Nossa magicocracia hoje não terá um ponto específico.”


Com estas palavras, eles dizem que não desejam terminar o conta­to, e criam um novo termo, magicocracia, um neologismo que talvez signifique que eles se utilizam de magia científica e que dominam essa ciência.

Outras perguntas referem-se aos objetivos perseguidos pelos in­terlocutores do Além. A seguir, algumas respostas:


“Fiquem tranquilos - é útil; eles devem fazer e vocês progridem; vocês têm a invejável oportunidade da ajuda - modesta - aos necessitados.”


“Nossos encontros - uma esperança - ponte (é) muito interessante - tivemos a oportunidade de construir o nosso conhecimento coletivo.”


A frase seguinte mostra claramente como entendemos pouco, como agimos com arrogância e quão pouco estamos predestinados para explicar a “não-existência” dos defuntos.


“Digam - o que entendem esses sujeitos - quem simplesmente se apresentou para comunicar a nossa não-existência?"


E, novamente, é dito quão pouco podemos compreender no fim das contas:


“Você começa aqui como amigo — sem nada compreender!”


Por outro lado, eles também mostram compreensão pelas nossas imperfeições humanas:


“A obtusa percepção das maneiras humanas.”


Em resposta a perguntas sobre as premissas para os contatos com o Além, recebemos, entre outras, as seguintes comunicações:

“A premissa para nos ouvir é apenas esta: espiritualidade.”

Em resposta à pergunta, “por que Bacci e seu grupo conseguem tão bons contatos com o Além”, veio o seguinte:


“Felizes no carma - ele é sorte - destino - sinais do destino.”


Uma pergunta freqüente refere-se à maneira como os contatos se realizam. Algumas das respostas:


“Continuem no esforço — de manter o contato — você sabe — que isto aqui não é fácil para nós — quem saberia, o que fazem os sons dos mortos? Tudo é feito pela técnica! Precisamos de três trans­missores terrenos — estamos na (mesma) altura. Ouço o que vocês me dizem — eles me ouvem — sempre ouvem a estação identificada. Agora passou a ser um som único — o que agita vocês: (o) mar (do) tempo — em segredo estamos vendo que (isto) é resultado (da) onda. Inicio a fusão — agora você sabe orientar-se — eu consegui/juntei os círculos das três rotações. Vocês são grandes, se

compreenderam a pergunta básica — sabidos! Eu gostaria muito que ficasse mais claro o conceito que enxerga na escória as pala­vras. E suficiente o erro no qual deixamos vocês — é um monte de desculpas repetidas, em nome da necessidade super-humana. Mas aqui poderá ser estudo — agora sei — possível que possamos encontrar aqueles instrumentos que abrem as formas — todas as pos­sibilidades que já houve — tem a maioria das pessoas — obtidas através da consciência coletiva — com a qual, mais cedo ou mais tarde — cada qual deve fazer a ponte/a passagem.”


Algumas destas formulações são difíceis de entender, já que eles falam por símbolos e parábolas, mas também porque, às vezes, a gramática é completamente invertida, e as interpretações passam a ter, graças a um pequeno desvio da regra, um sentido totalmente diferente. Por um lado, essas afirmações indicam certa resignação com respeito ao entendimento entre o Além e o Aqui, mas, por outro lado sugerem

esperança de melhora. Outras perguntas referem-se ao envolvimento dos experimentadores na comunicação. Seguem algumas repostas:


“Criem a energia necessária!

Você amigo me complementa - muitas vezes vocês fizeram abertura — mas não prova de potência.”


“A realidade tem importância - a situação inteira pertence ao aqui — seus louros eram para os nossos — ofereço-o a vocês - podemos concedê-lo para a sua vida material.”


A última pergunta referia-se ao Congresso de Milão. Será que devemos entender a resposta no sentido de que, essencialmente, os êxitos de Marcello Bacci se devem aos interlocutores do Além, mas que estes cedem os “louros” aos homens da terra, porque estes últimos necessi­tam deles para a sua vida material?

A seguir, transcrevo mais algumas perguntas e respostas. Tirei os exemplos de várias reuniões do grupo de Grosseto, liderado por Mar­cello Bacci e pelo advogado Luciano Capitani.


Bacci coloca o dedo no oscilador:


Voz do Além: “Você faz a experiência, nós observamos.”


Capitani diz: “Somos os velhos jovens.”

Voz do Além: “Você fica repetindo isto, amigo Luciano.”


Pedem-se notícias de quatro pessoas falecidas.

Voz do Além: “Aqui, em frente à entrada para a terra, o chão uma extensa lista das pessoas.”


A pergunta é: “Como acontece a morte?”

Voz do Além: “Você chega aqui rapidamente.”


Pergunta-se sobre a existência ou não da reencarnação.

Voz do Além: “Encerro se fizerem esta pergunta.


Capitani pede a eliminação de um transmissor que interfere.

Voz do Além: “Ocupação da terra.’’


Capitani pede orientação sobre um célebre caso criminal.

Voz do Além: “Que piada!”


Capitani insiste que “não se trata de curiosidade”.

Voz do Além: “É claro. Trata-se de um acontecimento fora do comum.”


Pergunta: “Que tipo de atividade é exercida pelos interlocutores do Além durante as reuniões?

Voz do Além: “Você omitiu de aprender o experimento e ainda repele os sons para a distância.


Um morto é chamado.

Voz do Além: “Você ainda vai ver uma coisa.”


Esta resposta pode soar estranha. De acordo com o prof. Senkowski, pode ser que eles estivessem fazendo certas “manipulações” com a entidade chamada. Isto nos lembra dos órgãos de fala ectoplásmicos nas sessões com vozes diretas.

Para terminar, mais uma voz do Além, que se dirige a um recém-chegado que, evidentemente, acabara de falecer.


“o teu mundo acabou — aqui tem uma forma — que você não que­ria - você (está) morto — no infinito não lhe foi mostrado; que não havia dinheiro com o infinito. Finalmente, você subiu de novo. Eis a explicação: você foi enganado pelo nome. Aqui você vivên­cia já a morte, veja, o jogo com a vida — separe o espirito — você segue o caminho eterno — você que está ouvindo hoje — você passou para o outro lado — sabem o que me disseram? Tenho isto (do) batizado alegre — compreendeu? Esvazie o peito — você foi homem — escute, você não crê — você ficou confuso — reze; você

ressurge rapidamente — este é o mundo, o grande mundo — esque­ça as falsas informações, você ficou confuso por causa da contra­dição das idéias conflitantes — Cristo também nos informa sobre tuas /suas intenções”.


As afirmações do Além aqui apresentadas representam apenas uma pequena seleção do abundante material arquivado em Grosseto. Fala-se de um gigantesco arquivo, cheio de gravações excepcionais, que levaria muitos anos para revisar, organizar e, eventualmente, publicar.

De acordo com o dr. Trajna, numa única sessão, que normalmente não dura mais de quinze minutos, são recebidas até mil palavras. Mesmo que nem todas as vozes tenham qualidade compreensível, este número demonstra a dimensão do êxito. Considerando que as comunicações em Grossetto se estendem por um longo período, no mínimo em quinze anos de contínua atividade, com variação apenas dos participantes, não se pode negar que se trata, neste grupo, de resultados parapsicológico-mediúnicos excepcionais. Em vista dos recursos técnicos insignificantes, podemos concluir que, provavelmente, não existe outro grupo de tenha alcançado resultados idênticos a partir das mesmas premissas.






Fonte: Livro: Ponte entre o Aqui e o Além, de Hildegard Schaffer

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